O “Café Oriental” foi inaugurado em dezembro de 1925 e apresentava uma decoração inspirada na civilização egípcia tão opulenta e extraordinária que foi celebrado, na altura, pela imprensa local, como um “arrojado empreendimento sem parceiro em terras portuguesas”.

Tratava-se de um projeto verdadeiramente audacioso concebido pelo Capitão Pina Guimarães, onde a arquitetura, a decoração, a pintura, a escultura e as obras de marcenaria obedeciam escrupulosamente ao estilo egípcio, conforme é descrito no preâmbulo à memória descritiva do projeto:

“O estilo adotado diz respeito ao antigo Egipto, através de 5000 anos duma civilização brilhante, atestada pelas ruínas dos seus grandiosos monumentos, pelas obras de arte dispersas pelos museus a até pelas últimas investigações nos túmulos dos seus reis (faraós).

A disposição arquitetónica e os vários motivos decorativos estão combinados de modo a formar um conjunto harmónico no recinto a aproveitar, dando-se aos coloridos a ilusão do baixo-relevo, que era gravado na pedra.

É um pequeno repositório por onde perpassam cinquenta séculos de grandeza dum povo que vinte e seis dinastias dominaram, mas à custa de cuja escravidão a Arte fulgiu até à perfeição máxima atingida na genial Grécia”

A magnífica decoração foi destruída em 1967 para dar lugar a um banco e alguns dos seus móveis recolheram ao Museu Alberto Sampaio, onde atualmente se encontram.